Albert Camus: a justiça entre o avesso e o direito

Lançamento e debate: Quando os direitos humanos exigem punição
31 de março de 2018
Ação Intermídia 3, com Reuben da Rocha
31 de março de 2018

Albert Camus: a justiça entre o avesso e o direito

Date: 10 de abril de 2018
Time: 19:00

No dia 10 de abril, terça, a Tapera Taperá recebe o lançamento do livro “Albert Camus: a justiça entre o avesso e o direito”, de Caio Granduque.

Lançando mão de textos jornalísticos, cartas, romances, peças de teatro, ensaios filosóficos, diários e até fontes inéditas colhidas em Paris e nos Arquivos Albert Camus, situados em Aix-en-Provence, no sul da França, como também nas cidades argelinas Argel, Oran e Tipasa, Caio Granduque percorre toda a obra de Camus a fim de refletir sobre o Direito e a Justiça. Nesse itinerário, logra abrir novas sendas para as reflexões em torno do direito liberal moderno, do direito nazifascista e da proposta marxista de extinção do direito, semeando o que seria um “outro direito”, de certa forma semelhante, mas com diferenças bem delineadas, ao “novo direito” proposto por Michel Foucault.

“Pensar o Direito a partir de um escritor, ensaísta e filósofo, é um gesto que em si precisa ser valorizado. Trata-se de sair do Direito, para voltar à sua porta com novos ímpetos. E, se o intelectual em questão é Albert Camus, com maior razão estamos falando de um gesto inovador da parte de Caio Jesus Granduque José, o empreendedor desse ousado gesto. Seu “Albert Camus: A Justiça entre o Avesso e o Direito” não se furta ao enorme desafio que é ler o Direito e a Justiça a partir do autor de A Peste. A obra de Camus é reconhecidamente pródiga em incursões tanto sobre o tema da Justiça como do Direito, mas até agora não havia sido escrutinada desse ponto de vista. A obra de Caio preenche com louvor essa lacuna. O leitor, seja ele da área dos estudos jurídicos, seja um amante da literatura ou leitor de filosofia, não sairá desapontado dessa instigante e profunda leitura da obra de Camus.” (Márcio Seligmann-Silva)

“Entre os complicados liames que tecem a burocracia do mundo absurdo, certamente a teia que corresponde à administração da justiça se destaca pela lógica implacável de seus inescapáveis paradoxos. É nesses fios que o indivíduo pode ser preso e enredado, sucumbindo às armadilhas da normalidade. Por isso o mundo de Camus é aquele em que os encadeamentos mais simples do cotidiano podem esconder, sob a aparente inocência dos fatos, a terrível incompreensibilidade das coisas. E talvez a situação em que a banalização e o mistério se entrecruzam de forma mais nítida seja a farsa do ritual jurídico. Por isso se justifica plenamente a escolha de Caio Granduque de abordar, neste livro, a forma peculiar como Albert Camus considera, do começo ao fim de sua obra, a presença do direito como suporte das convenções sociais, algo que contrasta profundamente com a ausência de uma justiça real. (…) O livro de Caio Granduque é inteiramente modulado por essa escanção de uma justiça intermitente ou ausente (…)”. (Franklin Leopoldo e Silva)

+ Caio Granduque é Defensor Público do Estado de São Paulo. Doutor em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela Universidade de São Paulo (USP). Graduado e Mestre em Direito pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP).

***

Clique aqui para ver o evento no Facebook.