Date: 22 de novembro de 2017
Time: 19:00
Na Semana da Consciência Negra, Tapera Taperá e Editora Kapulana convidam tod@s para o lançamento com bate-papo e leitura de trechos de Nós matamos o Cão Tinhoso!, de Luís Bernardo Honwana, marco da literatura moçambicana.
Obra polêmica publicada em 1964, foi eleita uma das “100 melhores obras da literatura africana do século XX” (Zimbwabe International Book Fair). Considerado um clássico da literatura africana, não apenas por inovar a linguagem e inaugurar a moderna literatura moçambicana, mas também por ser metáfora do enfrentamento ao autoritarismo e opressão impostos pela colonização portuguesa sobre os negros. Foi criticada por aqueles que defendiam o colonialismo português e aclamada pelos que defendiam a liberdade e a autonomia do país.
O volume é composto por sete contos que expressam de forma emocionante a realidade sufocante dos trabalhadores moçambicanos e suas famílias na era colonial. Depois de 37 anos da sua primeira publicação no Brasil, esta nova edição do livro foi revista pelo autor e acrescida do conto inédito “Rosita, até morrer”. Nós matamos o Cão Tinhoso! foi publicado em alemão, espanhol, francês, inglês e sueco, além das várias edições em português em Moçambique e Portugal. No Brasil, teve uma única edição em 1980. O livro recebeu prêmios em Moçambique e na África do Sul e está classificado entre os “100 melhores livros africanos do século XX”.
Bate-papo com Vima L. de Rossi Martin, Luciana Bento e Oswaldo Faustino, com mediação da jornalista Rosane Queiroz. Leitura de trechos da obra por Daisy Serena.
– Vima Lia de Rossi Martin
Doutora em Letras e professora de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa da USP, faz parte do Núcleo de Apoio à Pesquisa Brasil África (USP). Publicou artigos em revistas nacionais e internacionais e também
em livros. Desenvolve projetos de pesquisa nas áreas de literatura e marginalidade e ensino de literaturas de língua portuguesa. Autora de obras didáticas de Língua Portuguesa para o Ensino Médio, assina o posfácio do livro “Nós matamos o Cão Tinhoso!”.
http://dlcv.fflch.usp.br/node/574
Influenciadora digital, socióloga, mediadora de leitura, livreira, mãe, estudante, professora. Leitora e mediadora em reflexões sobre literatura, maternância, racismo, empoderamento da mulher e da criança negra.
http://amaepreta.com.br/author/admin/page/3/
Jornalista desde 1976 com atuação em jornais, revistas, rádio e TV. Editor, repórter, locutor, contador de histórias e autor de livros de histórias em quadrinhos que refletem investigação sobre as relações étnicas e raciais. Participou do Núcleo de Estudos Interdisciplinares Sobre o Negro Brasileiro (USP) e foi colaborador fixo da revista Raça Brasil desde as primeiras edições.
http://flinksampa.com.br/wp-content/uploads/2017/09/Oswaldo-Faustino.pdf
Escritora, fotógrafa e artista com atuação em saraus de literatura, canto e poesia. Leitora performática dos livros de literatura moçambicana da Editora Kapulana: “Sangue negro”, de Noémia de Sousa; “Roda da encarnações”, de Sónia Sultuane; “Nós matamos o Cão Tinhoso!”, de Luís Bernardo Honwana.
http://cargocollective.com/daiserena
Luís Bernardo Honwana nasceu em 1942, na cidade de Lourenço Marques (atual Maputo), e cresceu em Moamba, cidade do interior onde seu pai trabalhava como intérprete. Em 1964, ano da primeira publicação de “Nós matamos o Cão Tinhoso”!, Honwana tornou-se militante da FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique). No mesmo ano, foi preso por suas atividades anticolonialismo de Portugal, e permaneceu encarcerado por três anos.
Em 1970, foi para Portugal estudar Direito na Universidade Clássica de Lisboa. Após a Independência de Moçambique, em 1975, participou ativamente da vida política do país e foi nomeado Ministro da Cultura.