Lançamento: O abismo na história

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Lançamento: O abismo na história

Date: 9 de maio de 2018
Time: 19:00

No dia 09 de maio, às 19h, realizaremos um debate com Débora Maria (Movimento Mães de Maio), Djamila Ribeiro (Feminismos Plurais) e Edson Teles (Unifesp) sobre os caminhos da democracia no Brasil. A militarização do cotidiano, o racismo, as lutas feministas, a denúncia do Estado policial, entre outros temas. Evento marca o lançamento do livro “O abismo na história”, de Edson Teles.

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TRECHOS DO PREFÁCIO ESCRITO POR HENRIQUE PARRA

“Democracia, ditadura, transição, democracia de segurança, democracia autoritária, democracia de efeito moral. Como nomear o regime político contemporâneo? As palavras são escorregadias. Puro dissenso. 1964 foi Golpe! 2016 foi Golpe? Levou anos para alguns setores da sociedade reconhecerem o golpe de Estado que instalou a ditadura no Brasil em 1964. Hoje, a interpretação sobre o golpe institucional encontra-se sob disputa política. O que a palavra golpe é capaz de descrever? A história narrada por Edson supera o jogo binário. A armadilha em que nossa democracia está metida é muito mais grave. Por isso a vertigem. São muitos os golpes produzidos e perpetuados no interior da própria ordem democrática”.

“Entre o desejo por uma democracia e a ausência de memória e justiça, com a repetição de várias estruturas autoritárias, abriu-se um abismo no conhecimento da história. Quanto mais os anos passavam, quanto mais o Estado declarava estar fazendo o possível pelo desvelar da história, mais se sedimentava a certeza da impunidade e do bloqueio às transformações. Com a astúcia própria à lógica de governo, os sucessivos representantes da sociedade trataram de criar mecanismos bifrontes, capazes de trazerem algum alívio e esperança aos familiares de vítimas da ditadura, ao mesmo passo em que limitavam ou distanciavam o acesso à história. É deste contexto, durante o qual surgiu a Comissão Nacional da Verdade, que emergiram as reflexões contidas neste livro.”

SOBRE O AUTOR

Edson Teles é professor de filosofia na Universidade Federal de São Paulo. Militante da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos da Ditadura, é sobrinho de André Grabois (desaparecido na Guerrilha do Araguaia) e de Carlos Nicolau Danielli (morto no Doi-Codi em dezembro de 1972). Foi preso, quando criança, com a família. É um dos autores do processo de responsabilização civil do coronel Ustra por crime de tortura. Publicou o livro “Democracia e Estado de Exceção” (Unifesp, 2015) e organizou “Desarquivando a ditadura” (Hucitec, 2009), com Janaína Teles e Cecília MacDowell, e, com Vladimir Safatle, “O que resta da ditadura” (Boitempo, 2010).