“Ler Borges é ler uma infinidade de autores”, disse Jorge Schwartz, professor da USP especialista no escritor argentino e organizador da obra Borges babilônico: Uma enciclopédia (Companhia das Letras, 2017), um verdadeiro dicionário de cabeceira que foi gestado por quase duas décadas e reúne mais de mil verbetes relacionados à obra de Jorge Luis Borges.
Não seria exagero afirmar que nesse universo – por vezes labiríntico, com verbetes que remetem a autores e uns aos outros (“todo lugar é outro lugar”, escreveu Borges em “A casa de Astérion”) – merecem especial destaque àqueles relacionados a El Aleph.
Publicado pela primeira vez em 1949, na Argentina, pela Editorial Losada, El Aleph é considerado por muitos leitores e acadêmicos não apenas a obra máxima de Jorge Luis Borges como também uma das mais importantes da história da literatura latino-americana (para não falar mundial).
Passados 70 anos – uma fração tão exígua quanto infinita, como revela o conto “O imortal” – e sabendo que toda coisa é duas coisas e que a verdadeira é a outra, pergunta-se acaso El Aleph de 2019 é o duplo do El Aleph de 1949. Quer dizer: como os contos de Borges ainda falam conosco? O que revelam ou escondem? O que transmitem ou extirpam? Como interpretar o conto que dá nome ao livro, no qual se apresenta o aleph,”o lugar onde estão, sem se confundirem, todos os lugares do planeta, visto de todos os ângulos”?
São convidados para falar sobre o tema:
Ana Cecilia Olmos, professora do Departamento de Letras Modernas da USP e autora de Por que ler Borges (Editora Globo, 2008); e
Júlio Pimentel Pinto, professor do Departamento de História da USP e autor de Uma Memória do Mundo. Ficção, memória e história em Jorge Luis Borges (Editora Estação Liberdade, 1998).
A mediação será de André Balbo, escritor e editor da Revista Lavoura.