Curso: O Teatro de Chico Buarque

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Curso: O Teatro de Chico Buarque

Date: 8 de agosto de 2018
Time: 19:00


Quatro encontros: 1/08 ; 08/08 ; 15/08; 22/08
Quando? Quartas das 19h às 21h
Investimento total: R$ 150,00 (integral) | R$ 50,00 (aula avulsa)
Onde? Na Tapera Taperá (Av. São Luís, 187, 2º andar, loja 29)
Professora: Mariana Rosell

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Para mais informações, contatar: cursos@taperatapera.com.br

APRESENTAÇÃO: 

Chico Buarque é uma das personalidades mais destacadas da cultura brasileira, tendo refletido sobre a sociedade e suas questões desde quando despontou na carreira artística, ainda muito jovem, até a atualidade. O curso se baseia na discussão e análise dos textos teatrais escritos por ele nos anos 1960 e 1970, buscando identificar as principais características de suas peças e compreender sua relação com o contexto em que foram produzidas. Também é de interesse do curso refletir sobre os múltiplos significados das peças de Chico Buarque até os dias de hoje, bem como sobre as várias adaptações que ajudam a rememorar o seu legado ao longo dos anos.

JUSTIFICATIVA: 

A obra de Chico Buarque é amplamente conhecida e discutida; contudo, sua produção para teatro costuma ter maior circulação através das canções que ele compôs para elas. Assim, os textos dramáticos em si seguem, de certo modo, relegados a um segundo plano, especialmente se compararmos com a circulação de sua obra estritamente musical. O curso é uma oportunidade para se introduzir as principais questões que nortearam as peças de Chico Buarque, permitindo aos alunos tomarem contato com esse outro nicho de atuação do artista e fazer relações dos novos conhecimentos com o repertório que já possuem da produção de Chico Buarque.

OBJETIVOS: 
1) Promover o contato dos alunos com as peças escritas por Chico Buarque;
2) Apresentar os principais aspectos que compõem cada uma das peças;
3) Identificar uma linha de trabalho que caracteriza a obra dramatúrgica de Chico Buarque;
4) Relacionar a criação teatral com o contexto histórico;
5) Relacionar a obra teatral com a obra musical de Chico Buarque;
6) Discutir as permanências das peças e suas temáticas até os dias de hoje.

METODOLOGIA: 

O curso se baseará em aulas expositivas que incluem a leitura e discussão de trechos de diferentes documentos, entre eles, os textos e programas das peças e críticas jornalísticas. Além disso, serão apresentados registros audiovisuais de montagens das peças, tais como trechos em vídeo e áudio, fotografias e entrevistas de Chico Buarque.

Professora: 

Mariana Rosell: Mestre em História Social, graduada e licenciada em História pela Universidade de São Paulo. Professora de História, Literatura e História da Arte no ensino básico e cursos pré-vestibulares. Pesquisadora da História do Brasil e das Américas, estudiosa do teatro brasileiro e latino-americano. Idealizadora e realizadora do I Colóquio Teatro e História: diálogos possíveis, realizado na Universidade de São Paulo em 2017. Autora dos artigos Chico Buarque: dramaturgo (1967-1978) e Da página ao palco, do roteiro à encenação: Roda Viva de Chico Buarque (1967) e de Zé Celso (1968).

CRONOGRAMA: 

Aula 01 | 01.08: Roda-viva (Chico Buarque, 1967): entre a página e a cena A primeira peça teatral escrita por Chico Buarque será analisada em diálogo com a encenação que a transformou num importante marco da história do teatro brasileiro, levada aos palcos em 1968 sob a direção de José Celso Martinez Correa. A ideia é observar como texto e cena se aproximam ou se afastam, sobretudo tendo em perspectiva a recepção crítica da época.

Aula 02 | 08.08: Calabar, o elogio da traição (Chico Buarque e Ruy Guerra, 1973): a presença na ausência A análise da peça Calabar se debruçará sobre a forte “presença” de ausentes que a marca em duas instâncias: o protagonista que nunca aparece no palco e cujo nome, no entanto, é mencionado a todo momento, e a própria peça, que, tendo sua circulação vetada em todos os níveis após um peculiar processo de censura, se manteve fortemente presente na vida cultural brasileira dos anos 1970.

Aula 03 | 15.08 : Gota d’água (Chico Buarque e Paulo Pontes, 1975): reinventando a tragédia Na terceira aula, analisaremos a peça Gota d’água buscando fazer uma ponte entre a tragédia grega que a inspirou (Medeia, Eurípedes, 431 a.C.), a montagem que obteve grande sucesso nos anos 1970 e a recente adaptação, Gota d’água [a seco], trazida aos palcos entre 2016 e 2017 com a direção do proeminente Rafael Gomes.

Aula 04 | 22.08: Ópera do Malandro (Chico Buarque, 1978): deslocamento do protagonismo A última peça escrita por Chico Buarque, que provavelmente tem o repertório musical mais conhecido do público, destaca-se no conjunto de sua obra também por ter sido adaptada para o cinema no ano seguinte à sua estreia nos palcos. Na aula, analisaremos a peça partindo da maneira como Chico Buarque construiu múltiplos protagonistas cujas vozes, ora dissonantes, ora convergentes, expõem um quadro crítico da sociedade brasileira.

BIBLIOGRAFIA:

BATISTA, Natalia; ROSELL, Mariana. Teatro e história: uma proposta metodológica. História e Cultura, v. 6, Franca, p. 289-307, 2017.

BERTHOLD, Margot. História Mundial do Teatro. São Paulo, Perspectiva: 2014.

BUARQUE, Chico. Ópera do malandro. São Paulo: Círculo do Livro, 1978.

BUARQUE, Chico. Roda-Viva. Rio de Janeiro: Sabiá, 1968.

BUARQUE, Chico. GUERRA, Ruy. Calabar, o elogio da traição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1974.

BUARQUE, Chico; PONTES, Paulo. Gota d’água. São Paulo: Círculo do Livro, 1975.

CABRAL, Nara Lya. O malandro em cena: representações da malandragem e identidade nacional em peças de Gianfrancesco Guarnieri e Chico Buarque. Revista Anagrama (USP), v. 5, p. 1-18, 2012.

CABRAL, Nara Lya. Sexualidade e poder, transgressão e resistência: reflexões sobre a canção Geni e o Zepelim, de Chico Buarque de Holanda. Revista JIOP (Jornada Interartes Outras Palavras), v. 2, p. 106-129, 2011.

CARVALHO, Jacques Elias de. Roda Viva (1968) de Chico Buarque: a dramaturgia e a cena teatral sob a ótica da crítica especializada. Fênix, v. 1, n. 1, Uberlândia, pp. 1-14, 2004.

GARCIA, Miliandre. A luta agora é na Justiça: o processo censório de Calabar. PolHis – Boletín Bibliográfico Electrónico del Programa Buenos Aires de Historia Política, v. 9, Buenos Aires, p. 267-282, 2012.

HELIODORA, Barbara. O teatro explicado aos meus filhos. Rio de Janeiro: Agir, 2008.

HERMETO, Miriam. “Olha a Gota que falta”. Um evento no campo artístico-intelectual brasileiro (1975 – 1980). Tese de Doutorado, UFMG, Belo Horizonte: 2010.

HOLANDA, Chico Buarque de. O gênio nasce. In: Melo Neto, João Cabral de. Morte e Vida Severina: auto de Natal pernambucano. 1ª ed. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2016.

MACIEL, Diógenes André Vieira. O teatro de Chico Buarque. In: Rinaldo de Fernandes (org.). Chico Buarque do Brasil. Rio de Janeiro: Garamond: Fundação Biblioteca Nacional, 2004.

MARTINS, Cristian Alves. Rupturas e permanências: a recepção de “Calabar, o elogio da traição” de Chico Buarque e Ruy Guerra. Tese (Doutorado em História Social) – Universidade Federal de Uberlândia, Programa de Pós-Graduação em História do Instituto de História, Uberlândia, 2013.

MENESES, Adélia Bezerra de. Desenho mágico. Poesia e política em Chico Buarque. 2ª ed. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2000.

MICHALSKI, Yan. O teatro sob pressão. Uma frente de resistência. Rio de janeiro: Jorge Zahar, 1989.

ROSELL, Mariana. Chico Buarque: dramaturgo (1967-1978). Temporalidades, v. 9, Belo Horizonte, p. 253-278, 2017. ROSELL, Mariana. Da página ao palco, do roteiro à encenação: Roda Viva de Chico Buarque (1967) e de Zé Celso (1968). Poder & Cultura, v. 4, Rio de Janeiro, p. 56-81, 2017.

SOUSA, Dolores Puga Alves de. Pode ser a Gota D’água: em cena a tragédia brasileira da década de 1970. Dissertação (Mestrado em História Social) – Programa de PósGraduação em História do Instituto de História, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2009.

OBSERVAÇÕES: 
1. Vagas confirmadas apenas com pagamento.

2. Política de devolução:

Se houver cancelamento até o dia 25/06, será cobrada multa de 10% do valor do curso. Em caso de desistência entre o dia 26 e 01/08, a multa será de 40% do valor do curso. Desistências até dia 02/08 (após a primeira aula) serão reembolsadas em 50%. Os valores serão devolvidos via depósito bancário a ser feito em conta de titularidade do participante inscrito.

Em casos excepcionais, por circunstâncias imprevistas, se um curso eventualmente for cancelado, todos os valores pagos serão integralmente restituídos.

3. Certificado de conclusão:

Os alunos devem participar no mínimo de 75% do curso para pedir o certificado de conclusão do curso, que será emitido em até 5 dias úteis após o término do mesmo.

 

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