Curso: Politizando Beyoncé – Raça, gênero e sexualidade

Curso – Nós, o tempo e o Tempo: a evolução do tempo ao longo da História
19 de junho de 2018
Curso: Politizando Beyoncé – Raça, gênero e sexualidade
19 de junho de 2018

Curso: Politizando Beyoncé – Raça, gênero e sexualidade

Date: 2 de julho de 2018
Time: 19:30

Quatro encontros: 02, 16, 23, 30 de julho
Quando? Segundas Feiras, às 19h
Investimento total: R$ 130,00 | ou 3x R$ 43,40
Onde? Na Tapera Taperá (Av. São Luís, 187, 2º andar, loja 29)

Clique aqui para se inscrever.

PÚBLICO-ALVO
Artistas, profissionais de mídia, produtoras (es) e gestores (as) culturais, profissionais da educação, profissionais e estudantes de comunicação, artes e filosofia, ativistas e pesquisadoras(es) das relações raciais e de gênero.

Para mais informações, contatar cursos@taperatapera.com.br

APRESENTAÇÃO: 
Partindo do pressuposto de que a cultura pop funciona como espelho social e político do mundo contemporâneo, o curso “Politizando Beyoncé: raça, gênero e sexualidade” analisa a estética da cantora, que se converteu em pop star, trazendo para reflexão tópicos relacionados à indústria cultural, à dinâmica do espetáculo e ao entretenimento, conectando-os com as clivagens raciais, de gênero e de sexualidade.
Filósofas e ativistas feministas como Angela Davis, Beatriz Nascimento, Alice Walker, Lélia Gonzalez, Grada Kilomba, Audre Lorde, Sueli Carneiro, Luiza Bairros, Jurema Werneck bem como pensadoras (es) da indústria cultural e do entretenimento serão referências que nos guiarão em nossa jornada. O curso contará ainda com a participação de convidadas (os) do mercado de mídia que contribuirão para uma visão plural do trabalho de Beyoncé e das práxis feministas.
O impacto das últimas produções de Beyoncé, seus dois álbuns visuais “BEYONCÉ” (2013) e “Lemonade” (2015), foi tão expressivo que suscitou a oferta de cursos em universidade ao redor do mundo, como em Copenhage, Harvard e Rutgers.

CRONOGRAMA DE AULAS:

Encontro 1 | 02/07
Indústria cultural, entretenimento e cultura pop: a presença de artistas mulheres, negros e trans
Este encontro tem como propósito explorar os múltiplos aspectos da cultura pop, pondo em relevo a ascensão da indústria do entretenimento sob os interesses do capital. Aborda a emergência de artistas negros, mulheres e trans, apontando as clivagens de raça, gênero e sexualidade no processo de projeção imagética dos símbolos artísticos mundiais no mercado de bens simbólicos e culturais. As(os) cursistas terão a oportunidade de assistir integralmente o disco ‘BEYONCÉ’ (2013), que desafiou as lógicas da indústria musical e estabeleceu diálogos sobre relacionamentos afetivos, sexualidade feminina e queer. Este álbum presta homenagem a ícones como Grace Jones, Madonna, Donna Summer e Chimamanda Ngozi Adichie.

Encontro 2 | 16/07
Politização da estética: Beyoncé militante, artista ou ícone do entretenimento?
Neste encontro discutiremos as possibilidades de politização da estética de Beyoncé apresentando, em linhas gerais, os vínculos entre a indústria do entretenimento e as novas performances sociais e individuais que carregam inegavelmente um apelo político transformador. Movimentando-se numa galeria pós-pop, a estética de Beyoncé reposicionou no espaço público discussões sobre raça, gênero e sexualidade provocando diferentes maneiras de decifração. Afinal, o que representa sua tecnoperformances? Entretenimento, arte ou ativismo? Ou os três juntos?
Será exibido o álbum visual ‘Lemonade’, considerado um divisor de águas na história do audiovisual e da cultura POP. Em ‘Lemonade’, Beyoncé cria pontes de diálogo com ícones como Malcolm X, Nina Simone e Eartha Kitt. Como no álbum anterior, a artista adota a metodologia de criar videoclipes para todas as faixas de seu registro de inéditas – dessa vez com a diferença de uma história autobiográfica e linear, que versa sobre as representações das mulheres negras na sociedade.

Encontro 3 | 23/07
Estetização da política: quais os enfrentamentos possíveis?
Se a indústria do entretenimento pode sofrer agenciamentos da política, o contrário também é verdadeiro. O nosso terceiro encontro irá enfrentar o contramovimento que a obra de Beyoncé nos faz percorrer. A política contemporânea deixou de ser exclusiva dos espaços tradicionais, migrando para territórios outros, inabituais, que vêm tornando visíveis reivindicações e plataformas políticas advindas do campo do entretenimento e da indústria cultural.
Será exibida integralmente a performance de Beyoncé no Coachella. É válido lembrar que ela foi a primeira artista negra a ser headliner do tradicional festival norte-americano. O show funcionou como um retorno aos palcos de Beyoncé: nele, ela prestou referências aos Panteras Negras, Nefertiti e às universidades negras norte-americanas.

Encontro 4 | 30/07
Beyoncé e as novas agendas da política contemporânea
A emergência de novas subjetividades no jogo político faz com que tensões no campo das relações raciais, de gênero e da sexualidade ganhem novas abordagens com os agenciamentos dos sistemas de mídia, das dinâmicas da indústria do entretenimento que acabam por incidir nas agendas políticas da contemporaneidade. Beyoncé é uma das figuras que emblematiza o novo curso dessas agendas, num percurso sinuoso em que múltiplas leituras e abordagens são possíveis e válidas.
Em continuidade às pílulas provocativas audiovisuais, nesse encontro os participantes discutirão o impacto do trabalho de Beyoncé na indústria brasileira e no mundo, assistindo a vídeos de artistas como Glória Groove, Elza Soares, Janelle Monae, entre outras. Algumas indagações/provocações nortearão o debate: quais são as potências criativas que ela enseja? O que mudou no mercado? A quantas anda a representação feminista e LGBTQIA no imaginário pop?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
APPADURAI, Arjun. Dimensões culturais da globalização: a modernidade sem peias.
BORGES, Rosane. Esboços de um tempo presente. Rio Janeiro: Malê, 2016.
CARNEIRO, Sueli. Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero. In: Portal Geledés.
DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016.
_________. Mulheres, cultura e política. São Paulo: Boitempo, 2017.
GONZALEZ, Lélia. GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje, Anpocs, 1984, p. 223-244.
hooks, bell. Black looks: race and representation. Boston: South end Press, 1992.
KILOMBA, Grada. The mask. In: Plantation Memories: episodes of everyday racism. Münster: Unrast Verlag. 2. Auflage, 2010.
LORDE, Audre. Sister outsider.
MORRISON, Toni. Playing in the dark: whiteness and the literary imagination. New York: Vintage Books, 1992.
RATTS, Alex; GOMES, Bethânia (orgs.). Todas [as] distâncias: poemas, aforismos e ensaios de Beatriz Nascimento. Salvador: Ogum’s Toques Negros, 2015.
SODRÉ, Muniz. A verdade seduzida. Rio de Janeiro: DPA, 2001.
WALKER, Alice. A cor púrpura. Lisboa: José Olympio, 1990.
WERNECK, Jurema. O samba segundo as ialodês: mulheres negras e cultura midiática. Tese de doutorado. Rio de Janeiro: ECO, 2002.

Referências Videográficas:
Álbum visual “BEYONCÉ” (2013)
Álbum visual “ Lemonade” (2015)
Beyoncé live at Coachella (2018)

SOBRE OS PROFESSORES:

Rosane Borges
Jornalista, pós-doutora em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo, professora colaboradora do grupo Estética e vanguarda da ECA, articulista da Revista Carta Capital, do blog da Editora Boitempo e do site Jornalistas Livres. Autora de diversos livres, entre eles: Espelho infiel: o negro no jornalismo brasileiro (2004), Mídia e racismo (2012), Esboços de um tempo presente (2016).

Alisson Prando
Pesquisador pelo CNPq com as temáticas de gênero, sexualidade e feminismo através de perspectivas butlerianas. Atua também enquanto blogueiro e jornalista pelos portais DiscoPunisher e WhatElseMag, onde entrevistou mais de 200 ícones populares, de Caetano Veloso à Charli XCX, de Elza Soares à Pabllo Vittar, recebendo mais de 2 milhões de visitas. É um dos membrxs fundadores do grupo #partidA proposto por Márcia Tiburi.

OBSERVAÇÕES: 

1. Vagas confirmadas apenas com pagamento.

2. Política de devolução:

Se houver cancelamento até o dia 25/06, será cobrada multa de 10% do valor do curso. Em caso de desistência entre o dia 26/06 e 02/07, a multa será de 40% do valor do curso. Desistências até dia 03/07 (após a primeira aula) serão reembolsadas em 50%. Os valores serão devolvidos via depósito bancário a ser feito em conta de titularidade do participante inscrito.

Em casos excepcionais, por circunstâncias imprevistas, se um curso eventualmente for cancelado, todos os valores pagos serão integralmente restituídos.

3. Certificado de conclusão:

Os alunos devem participar no mínimo de 75% do curso para pedir o certificado de conclusão do curso, que será emitido em até 5 dias úteis após o término do mesmo.

 

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