No dia 01 de julho, acontece o lançamento da publicação “Os limites da acumulação, movimentos e resistência nos territórios”, organizado por André Dal’Bó, Cibele Rizek e Joana Barros. Haverá debate durante o evento com os organizadores e Fabio Sanchez, um dos autores da publicação.
“Em novembro de 2016 foram apresentadas e debatidas no Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, na cidade de São Carlos, uma serie de recentes pesquisas, reflexões e experiências de resistência popular, sobretudo a partir de trabalhos decorrentes de incursões em campo e da atuação direta no conflito – processos realizados dentro e fora da Universidade, e em diferentes regiões do país, no Rio de Janeiro, em São Paulo, na Bahia, no Distrito Federal e na Amazônia – colocadas naquele momento em debate sob à perspectiva dos atuais limites da acumulação capitalista e suas expressões mais recentes na produção do espaço.
Passados dois anos da realização do encontro, o presente livro retoma e atualiza as falas e os texto que deram suporte ao debate empreendido, agora reunidos, revisitados e atualizados por seus autores buscando, através deste esforço coletivo, ampliar às possibilidades de compreensão da realidade de nossas cidades e territórios, hoje imersas na presente e brutal radicalização do neoliberalismo, mais especificamente, em sua forma de expressão periférica no sul global.
O livro percorre uma grande diversidade de temas e questões presentes nas cidades brasileiras, passando pela critica das politicas e praticas sociais do período 2003-2016; por reflexões sobre os sentidos da guerra e da paz nos expedientes das políticas de segurança pública de Estado, naquilo que se convencionou chamar de “combate ao crime”; pelas novas expressões evangélicas na periferia, sobretudo em seu horizonte politico; pela precariedade nos abrigos de permanência transitória tomados como dispositivos de controle e vigilância da população pobre; pela experiência da advocacia popular e os limites da militância associativa; pelas políticas de remoção e deslocamento forçado de populações urbanas, mas também dos povos indígenas durante o regime militar; a reconstituição da memoria destes territórios pré-colonias por meio de uma arqueologia da floresta e da violência de Estado; sobre as reconfigurações dos movimentos sociais, suas rupturas e continuidades; pelas experiências de luta
por moradia como forma de permanência dos mais pobres no urbano por meio da resistência cotidiana das ocupações organizadas e seus expedientes jurídicos; sobre a crise e o ódio à democracia e sua forma de governamentalidade; e finalmente sobre os possíveis usos intelectuais, sociais e políticos de uma estratégia comum. ”
Cibele Rizek é professora Titular do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (1972), mestrado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1988) e doutorado em Sociologia pela Universidade de São Paulo (1994). Atualmente é professora do Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo do IAU USP e pesquisadora do Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania, também da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em Outras Sociologias Específicas, atuando principalmente nos seguintes temas: cidades, reestruturação produtiva, habitação, espaço público e cidadania
André Dal’Bó é arquiteto urbanista graduado pela Unicamp (2009), mestre (2013) e doutor (2013) pelo Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, com estágio de pesquisa na Université de Paris Nanterre (2017). Possui experiência em pesquisa, assessoria e docência na área de arquitetura, urbanismo e planejamento urbano, atuando principalmente nos seguintes temas: cidades, neoliberalismo, subjetividade neoliberal, movimentos sociais, conflitos fundiários e a produção neoliberal do espaço. Atualmente é membro da RISCO e arquiteto da associação de moradores da ocupação Vila Soma.
Joana Barros é professora adjunta de Democracia e direito à cidade, da Universidade Federal de São Paulo, lotada no Instituto das Cidades, campus Zona Leste. Doutora (2012) e mestre (2004) em sociologia pela Faculdade de Filosofia, Letras da Universidade de São Paulo; graduada em arquitetura e urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (1998); é pós-doutora pelo Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP (2018). Atualmente é pesquisadora do Laboratório Misto Internacional Social activities, gender, markets and mobilities from below (Latin America) (LMI-SAGEMM), do Grupo Distúrbios (sediado na UERJ) e coordena o Grupo de Pesquisa Espaço e Política (CNPq) no IC-Unifesp. É coordenadora do Centro de Memória da Zona Leste e do projeto Ateliê de História Oral, no CMZL
Fabio Sanchez é professor Adjunto no Departamento de Sociologia da Universidade Federal de São Carlos, é graduado em Ciências Sociais pela USP (1998) e possui mestrado (2005) e doutorado (2012) em Sociologia pela Universidade de São Paulo. Desenvolve pesquisas nas áreas de sociologia política (estudando movimentos sociais e as relações Estado/sociedade) e economia solidária. Já desenvolveu trabalhos e pesquisas em sociologia política, sociologia do trabalho, economia solidária e comunidades quilombolas.
Lista completas de autores do livro
André Dal’Bó da Costa: doutor pelo IAU USP, RISCO / Vila Soma;
Adriana Fernandes: pós-doutoranda Distúrbio / UERJ
Alexandre Mandl: Renap / Vila Soma
Carly Machado: professora associada UFFRJ
Christian Laval: professor aposentado, Université Paris Nanterre – SOPHIAPOL
Cibele Rizek: professora titular IAU USP
Fábio Sanchez: professor adjunto UFSCAR
Jairo Salvador: defensor público
Joana Barros: professora adjunta da Unifesp e pós-doutora IAU USP
Márcia Pereira Leita: professora associada da UERJ
Vitor Santos: IDEAS
Paulo Tavares: professor adjunto UnB
Patricia Birman: professora titular da UERJ