Em contraste ao fato de que Dilma foi deposta por (alegadas) infrações à lei de responsabilidade fiscal, pouco se discute sobre a gestão das finanças da cidade de São Paulo. Às vésperas das eleições, a aparente irrelevância do tema é enganosa e um tanto quanto perigosa.
É importante colocar os números em perspectiva e avaliar com serenidade o quadro deixado pela atual administração. A despeito da queda do crescimento econômico e do aumento do desemprego no país, os indicadores descrevem uma gestão prudente e correta, hábil na renegociação dos termos da divida com a União. A prefeitura atualmente exibe indicadores de solvência confortáveis, tendo sua capacidade de investimento sido recuperada. Acredita-se que haja uma miríade de novos projetos prontos, alguns já licitados, aguardando os recursos previstos para os próximos anos.
Saúde nas finanças é essencial para qualquer projeto de cidade (e de país). Vamos recordar um pouco do que ocorreu nesse campo e procurar entender a razão pela qual, no município em que o mercado financeiro é mais forte, essa discussão segue travada, inacessível à maior parte da população.
Participantes:
Mariana Almeida, gestora pública, mestre em economia pela PUC-SP e doutoranda em desenvolvimento econômico pela FEA/USP
Antonio Freitas, diplomata e responsável pela Tapera
Breve conversa sem malabarismos retóricos e trucagens, equilibrada, aberta a todos que eventualmente tencionem questionar as observações acima. Economistas, jornalistas e gestores públicos serão muito bem vindos independente de suas preferências de voto. Não há receio algum de se engajar num debate nesse campo. Ao contrário, para o bem das pessoas que aqui vivem, é preciso estimulá-lo.