A Relicário Edições, a Editora PUC-Rio e a Tapera Taperá convidam para o lançamento do livro “Escrever sem escrever: literatura e apropriação no século XXI”, de Leonardo Villa-Forte.
Na ocasião haverá bate-papo e leituras com o autor, Paloma Vidal, Angélica Freitas e Veronica Stigger.
Sobre o livro:
Quando falamos em música falamos em remix e DJ. Quando falamos em audiovisual, falamos em montagem e mash-up. Para a arte contemporânea, o crítico Nicolas Bourriaud forjou o termo “pós-produção”, que aponta a tendência atual de obras que não são criações originais mas reciclagens ou reproposições de obras anteriores ou objetos pré-existentes. Em comum a esses campos e situações, os gestos de apropriação e deslocamento, consagrados pelos ready-mades de Marcel Duchamp e por outros artistas da vanguarda. Entretanto, no ambiente tecnológico contemporâneo, com seus estímulos e ferramentas específicos, a apropriação e o deslocamento adquirem novas facetas. A pergunta da qual esse livro parte é: de que maneira a escrita e a literatura se inserem e participam desse novo contexto? Copiar e colar. Seleção e edição. Gravação e transcrição. Cut-up, apagamento, supressão. Pirataria. Buscas no Google. Plágio, cópia, imitação. Como o ato da citação e a cultura remix dialogam? Em que medida o escritor contemporâneo pode ser pensado como um artista conceitual ou um curador de textos alheios? Quais são as consequências para as práticas de leitura e para a ideia de autoria? A partir das noções de “escrita não-criativa”, de Kenneth Goldsmith, “gênio não-original”, de Marjorie Perloff, e do “Manifesto da literatura sampler”, de Fred Coelho e Mauro Gaspar, Leonardo Villa-Forte estuda obras recentes de escritores, artistas e poetas brasileiros e estrangeiros, para pensar a escrita diante, ou melhor, dentro desse ambiente em transformação.
Sobre o autor:
Leonardo Villa-Forte é autor de “O princípio de ver histórias em todo lugar” (romance), “O explicador” (contos) e “Agenda” (conto avulso). Criou a série de colagens e blog MixLit – O DJ da Literatura, que alavancou a discussão sobre o remix na literatura no país, e o projeto de intervenção urbana Paginário, com mais de 60 murais espalhados por Brasil, Portugal e Espanha. Formado em Psicologia pela UFRJ, com passagem pela Facultad de Filología da Universidad de Salamanca, ele é mestre em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio, onde realiza seu doutorado. Professor do quadro da Pós-Graduação em Letras da Estácio, publicou artigos em revistas acadêmicas como a FronteiraZ e a Scriptorium e colaborou com veículos como a Revista Pessoa, serrote, Palavra e o Blog do IMS. “Escrever sem escrever” é seu primeiro livro de não-ficção.