22 DE SETEMBRO A 20 DE OUTUBRO
Sextas-feiras, das 19h30 às 22h
INVESTIMENTO: R$100
Professor: Guilherme Falleiros (USP)
INSCRIÇÕES: http://bit.ly/2xqpQCs
PROPOSTA DO CURSO:
Voltado para pessoas iniciantes e experientes na atuação junto a povos indígenas em sentido amplo e, mais especificamente, para aquelas envolvidas em relações de apoio mútuo com populações e pessoas indígenas. O intuito básico é apontar para equívocos característicos da relação entre indígenas e não-indígenas, particularmente no Brasil, visando um diálogo mais afinado, mesmo que dissonante, entre ambas as partes, confluindo hipóteses antropológicas para a prática.
O percurso parte da abordagem de equívocos característicos da relação entre não-indígenas e indígenas no Brasil, envereda por questões de gênero muito presentes hoje nos movimentos sociais, aborda reflexões clássicas e atuais a respeito da (cosmo)política ameríndia, introduz elementos básicos do tão debatido perspectivismo ameríndio e, finalmente, considera criticamente a ação não-indígena junto a indígenas em seus vieses científico-educacionais, assistenciais e etnográficos.
PROGRAMA DO CURSO:
1) Os equívocos mais comuns da relação entre não-indígenas e indígenas no Brasil.
Leituras sugeridas:
“Cinco ideias equivocadas sobre os índios” – José Ribamar Bessa Freire
“Índio não é preguiçoso! Algumas ideias equivocadas sobre o trabalho entre as populações indígenas” – André Demarchi
“Mais algumas ideias equivocadas sobre os índios – ou o que não deve mais ser dito sobre eles” – André Demarchi e Odilon Morais
2) Questões de gênero indígenas.
Leituras sugeridas:
“Mulheres indígenas: representações” – Cristiane Lasmar
“O estudo da sexualidade na etnologia” – Luisa Elvira Belaunde
“Homossexualidade indígena no Brasil: um roteiro histórico-bibliográfico” – Estêvão Rafael Fernandes
Textos de apoio:
“Gênero feminino mebengokre (Kayapó): desvelando representações desgastadas” – Vanessa Lea
“Mulheres indígenas, movimento social e feminismo na Amazônia: empreendendo aproximações e distanciamentos necessários” – Fabiane Vinente dos Santos
3) (Cosmo)política ameríndia.
Leituras sugeridas:
“Da tortura nas sociedades primitivas” – Pierre Clastres
“Banquete de gente – comensalidade e canibalismo na Amazônia” – Carlos Fausto
“Bons chefes, maus chefes, chefões” – Beatriz Perrone-Moisés
Textos de apoio:
“Donos demais” – Carlos Fausto
“Datsi’a’uwedzé – vir a ser e não ser gente no Brasil Central” (tese) – Guilherme Falleiros
4) Perspectivismo ameríndio.
Leituras sugeridas:
“O dois e seu múltiplo: reflexões sobre perspectivismo em uma cosmologia tupi” – Tânia Stolze Lima
“Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio” – Eduardo Viveiros de Castro
Textos de apoio:
“Sobre o perspectivismo ameríndio e vice versa” (dissertação) – Rafael Rocha Pansica
“Dialética perspectivista anarco-indígena” – Guilherme Falleiros
5) Perspectivas antropológicas da relação com não-indígenas
“‘Vocês sabem porque vocês viram!’ – reflexão sobre modos de autoridade do conhecimento” – Joana Cabral de Oliveira
“A cultura Ramkokamekrá de apoio aos índios” – Andreas Kowalski
“Vir a ser e não ser gente através da participação etnográfica no Brasil Central” – Guilherme Falleiros