Lançamento do livro de contos “Transformistas” de Filipe Doutel

Lançamento dos premiados no terceiro concurso Lamparina Publica
11 de agosto de 2018
Lançamento: “Maquinação do Mundo – Drummond e a Mineração”
13 de agosto de 2018

Lançamento do livro de contos “Transformistas” de Filipe Doutel

Date: 25 de agosto de 2018
Time: 15:00

Lançamento do novo livro de contos de Filipe Doutel, “Transformistas”.

No encontro, haverá a leitura de conto por Glamour Garcia, debate com Ivam Cabral, autógrafo dos livros e encerramento com Dj Dabriza.

Esperamos vocês na Tapera Taperá!

Com a palavra, João Quental:

“É comum, na história da literatura, a busca de sínteses. Resumir a natureza humana, mesmo que apenas em alguns de seus aspectos, estava na mira de autores como Dickens, Balzac e Machado de Assis, apenas para citar alguns dos clássicos que buscaram essa visão geral – e até certo ponto bem incômoda – da nossa condição.

A modernidade, porém, abandonou parcialmente esse projeto. Em um certo sentido, cabe a literatura somente mapear fragmentos, estilhaços de um real muitas vezes esmagador, e o leitor, se puder, deve tentar dar um sentido a eles.

Os contos de Felipe Doutel são fragmentos. Neles, a realidade se apresenta sem máscaras, mas incompleta. Não há começos e os finais são, na melhor das hipóteses, perturbadores. Não consolam. Não explicam. São. O cobrador que busca o acerto de contas. O refugiado que garante sua existência com a violência. Palavras que reproduzem o cotidiano veloz das cidades, suas noites, seus prazeres, seus medos. Palavras que emergem de diálogos furiosos, onde nada parece ser dito, mas que, na soma dos seus significados, apresentam um mundo de uma crueza integral, mas que, apesar disso, apresenta certa suavidade.

Não, não há síntese. Nem certeza. E isso é bom. Vale aqui o alerta, presente em um dos contos: “Cuidado, não entre no mundo da arte”. Não entre nos contos deste livro. Porque neles estão o silêncio, a instabilidade das coisas, a violência inerente. Assim, mais uma vez roubando as palavras de Felipe, repare no horizonte para além daquelas janelas: estão preenchidos de nuvens escuras. Mas vale a pena ir até lá.”

 

Página do evento no Facebook: clique aqui.