Cada vez mais, o tema de mulheres viajantes tem ganhado espaço nas discussões. Muitas vezes, a abordagem do mesmo parte de uma ideia de inovação. Esta novidade seria o fato de que nós, mulheres dos séculos XX e XXI, somos empoderadas e viajamos só, entendemos nossas possibilidades. Porém, este discurso apresenta dois grandes problemas e é sobre eles que iremos conversar. O primeiro é de que atualmente, é senso comum que mulheres viajam sozinhas e não sofrem assédio de conhecidos e desconhecidos por isto. O outro ponto é de que as mulheres começaram a fazer isto graças à terceira onda do feminismo, que vem se fortalecendo nos últimos anos. Afinal, desde quando a viagem faz parte do cotidiano das mulheres?
Para discutirmos estes pontos, contaremos com:
STELLA MARIS SCATENA FRANCO é historiadora, formada pela USP, e docente, na mesma instituição, na área de História da América Latina Independente. Desenvolve trabalhos sobre o século XIX, estudando o contexto de formação dos Estados nacionais, a temática das viagens entre os continentes americano e europeu e a abordagem das relações de gênero. É autora, dentre outros trabalhos, do livro Peregrinas de outrora. Viajantes latino-americanas no século XIX (Editora Mulheres, 2008).
AMÍLCAR TORRÃO FILHO é professor do Programa de Estudos Pós-graduados em História da PUC-SP, doutor em História pela Unicamp, com pós-doutorado pela Universitat Politècnica de Catalunya e Universitat de Barcelona. Trabalha com história da cidade e da paisagem, literatura de viagem e gênero. Coordenador do Núcleo de Estudos da Alteridade (NEA).
THAÍS CARNEIRO é historiadora, formada pela USP, e especialista em Fundamentos da Arte e da Cultura pela UNESP. Desenvolve pesquisas na área de literatura de viagem e gênero. Autora do projeto Mulheres Viajantes vai às ruas e redatora do blog Mulheres Viajantes (mulheresviajantes.com), M pelo Mundo e GRL PWR .