No dia 13 de agosto, às 19 horas, acontece o lançamento do livro “A Doença e o Tempo: Aids, uma história de todos nós”, de Eduardo Jardim. Haverá conversa com o autor, Jean-Claude Bernardet e Ramon Nunes Mello, mediados por Paulo Werneck. Entrada gratuita.
“Em seu mais novo livro, o premiado ensaísta e filósofo Eduardo Jardim (Prêmio Jabuti 2016 Livro do Ano não Ficção) apresenta um ensaio que abarca o tema da aids através do tempo e as reverberações culturais, sociais e políticas que dela decorreram.
Partindo do pressuposto de que toda experiência, para ter seu acabamento, precisa ser narrada, o autor investiga a viagem do vírus HIV desde seu surgimento, na África – há quase cem anos –, até sua chegada ao Brasil, acompanhando suas repercussões em todo o mundo a partir do momento em que a aids virou uma epidemia planetária e alterou de forma incontornável as relações e os comportamentos sociais.
Como Eduardo observa, ‘muito cedo, escritores, cineastas e artistas se interessaram pela Aids, tomando-a como tema ou como inspiração.’ Assim, em um diálogo com obras e autores que trataram do tema e de seus contextos, como Joseph Conrad, Octavio Paz e Susan Sontag, o livro analisa em três capítulos, de forma lúcida e sensível, como a aids alterou a nossa perspectiva sobre o tempo e sobre a própria experiência humana.
Com uma abordagem ensaística e, em certos momentos, até mesmo pessoal, o livro nos convida a uma profunda reflexão e análise sobre um tema até hoje ainda muito atrelado a preconceitos e sentimentos tais como angústia e medo, porém:
‘O drama da aids não se confina em nenhum gueto. Ele não é condicionado por nenhuma geografia. As perguntas que a aids suscita dizem respeito a todos os homens e referem-se precisamente a nossa mortalidade. Ao perseguir uma resposta para elas vislumbra-se a possibilidade de se reconsiderar o valor da vida.'”
Eduardo Jardim nasceu no Rio de Janeiro, em 1948. Foi professor de filosofia na PUC-Rio entre as décadas de 1970 e 2010. Escreveu livros sobre modernismo no Brasil, como A brasilidade modernista: sua dimensão filosófica (1978), recentemente reeditado (2016), Limites do Moderno (1999), Mário de Andrade – a morte do poeta (2005) e coordenou a coleção Modernismo + 90 (2012-13). Em 2015, lançou a biografia Eu sou trezentos – Mário de Andrade, vida e obra, vencedor do Prêmio Jabuti de Melhor Livro do Ano de Não Ficção. Pesquisou o pensamento de Hannah Arendt e Octavio Paz, colaborando na divulgação de suas obras e publicou sobre eles: A duas vozes – Hannah Arendt e Octavio Paz (2007) e Hannah Arendt – pensadora da crise e de um novo início (2011). Traduziu a coletânea de ensaios A busca do presente, do escritor mexicano Octavio Paz (2017), parte da coleção Ensaios contemporâneos, que dirige na editora Bazar do Tempo.